quinta-feira, 5 de maio de 2011

A CRISE DO SÉCULO XVII



Luciano Braga Ramos
Resumo
O objetivo desse trabalho, esta em fazer a relação entra a Crise do Século XVII, e as condições que levaram à Revolução Burguesa na Inglaterra do século XVII, comentando a perspectiva histórica dos autores abordados no trabalho. Fazendo assim uma síntese do período, para sua melhor compreensão.
Palavras chave; crise, revolução, feudalismo, capitalismo, burguesia.
A Crise do Século XVII, e a Revolução Inglesa
Alguns autores dão muita ênfase aos problemas, militares como causa do enfraquecimento da nobreza e a possibilidade de ascensão da burguesia. O autor Eric Hobsbawm, (1998,) trás uma visão diferenciada, onde o autor procura fazer uma análise marxista dos fatores que colaboraram para a "crise do século XVII".
A crise foi uma crise no aumento da superação das praticas econômicas feudais, onde o aumento das forças produtivas leva a desestruturação do modo de produção feudal, dando passagem ao capitalismo, porém um capitalismo mercantil que vai ser a base para a implantação do capitalismo industrial no século XVIII.
O autor em seu trabalho questiona, porque a Revolução Industrial não encontrou terreno para se desenvolver no século XVI? Entende-se que é justamente por ser um período de transição do feudalismo para o capitalismo, um momento em que a Expansão Marítima, aliada as medidas mercantilista, vão ser importante para o acumulo de metais, e é nesse acumulo de metais no século XVI, , que dá sustentação, fazendo nascer dentro do mundo feudal com sua economia de subsistência o capitalismo, que dando seus primeiros passos já se mostra desarticulador do sistema feudal.
Sendo assim o autor argumenta que para o capitalismo se desenvolver, a rigidez do sistema feudal terá que ser quebrada, entra muitos fatores que contribuíram para a crise podem ser analisados problemas como a formação das corporações de oficio, entravando a competição entre produtores, e sabemos que o capitalismo é estimulado pela competição. Também os mercados locais autárquicos e com uma mão de obra não assalariada, enquanto o capitalismo incentiva e somente possibilita ao proletário vender mão de obra, porem, um fator importante era que o sistema feudal produzia para a subsistência, e para o sucesso do capitalismo, era preciso estabelecer-se em sua base, a produção em massa.
Então conforme o autor só haverá uma saída para a crise quando , ou só houve uma saída para a crise quando o capitalismo implantar suas bases próprias (mão de obra assalariada, produção em massa e a intensificação de um comercio externo), pois a crise se deu por esse sistema ter nascido dentro de estrutura econômica e política feudal. Pois a Revolução de 1640 na Inglaterra foi uma via de mão dupla, originou-se na Crise do Século XVII, e foi a ascensão para o capitalismo.
Já para Paulo Miceli (1994) em seu trabalho "As Revoluções Burguesas" faz uma análise das condições materiais do povo na Inglaterra do século XVII e da França do século XVIII, embora um período separado por quase ou mais de cem anos, o autor enxerga ai motivos para que, dada a situação dos agentes históricos, estabeleça-se bases para um discurso revolucionário.
É claro que esse discurso revolucionário, dentro de uma perspectiva social estática, com levas de famintos e doentes, encontrou terreno fértil para suas idéias. Discurso esse que se sabe em ambos os casos partiu de uma burguesia ambiciosa por conquistar direitos políticos e econômicos pela queda do absolutismo.
Tentando sintetizar o que o autor quer mostrar, pode-se compreender que o panorama social, entenda-se povo, era caótico havia falta de alimentos como o pão que era à base da alimentação os preços era altíssimo, as expulsões dos campos pelos cercamentos fizeram as cidades aumentarem, e com a pressão demográfica pessoas se acomodavam em casas de um cômodo só, formando um ambiente propicio para doenças. Nesse contexto, muitos caiam em embriagues, e às vezes até para matar a sede, pois as águas dos rios já eram poluídas pelos resíduos das fabricas. Também a bebida era uma maneira de esquecer um pouco a miséria, e até se arranjava algum dinheiro com as garrafas vazias, sem falar nos corpos mal vestidos, pois muitos apenas portavam uma muda de roupa.
Outro fator dessa realidade era a mendicância. Por todos os lados havia mendigos, a ponto de se criarem leis para a mendicância. Cada paróquia cuidava de seus mendigos, esses não podiam sair de seus locais de origem, e até mesmo se proibia de mendigarem com repressões e detenções, amputações e enforcamentos.
O que importa aqui e destacar que dentro desse contexto de miséria o capitalismo encontrava seus braços para o trabalho, uma reserva de mão de obra. Mas também uma massa de manobra importantíssima que devido a sua realidade social, estava aberta ao discurso burguês de dias melhores. Percebemos assim os sujeitos, os receptores, as condições materiais e espirituais dessas sociedades, Inglesa que é o nosso foco ,mas poderia servir para à francesa , e como esses fatores foram importantes para a possibilidade de se fazer "as Revoluções", ou seja não se faz revolução sem conteúdo social.
Se tratando da situação da Inglaterra para compreendermos seu desenvolvimento social época da Revolução Inglesa, temos que lançar um olhar para os conflitos religiosos da época. A idéia protestante diferentemente da católica, ela é mais pratica atende aos interesses mais econômicos, se, contudo desligar-se do espiritual. Não se pode dizer que os puritanos são menos crentes que os católicos por suas atitudes mais praticas, é pelo contrario, a questão da predestinação para aquela mentalidade era coisa seria, eles eram convictos de que os homens são predestinados e que suas medidas econômicas são para glorificar a obra de Deus. Pois nos temos que procurar ver essa idéia a partir da visão de mundo da época, a partir da visão dos puritanos daquele contexto, para não atribuirmos valores que são nossos para aquela época.
Pois se assim não fosse, como explicar o fanatismo religioso dos puritanos, e uma vida de privações. Como foi possível Cromwell recrutar e arregimentar seu "exercito modelo" dentro dessa perspectiva se essas pessoas não estivessem convictas de sua crença daquilo que para eles eram desígnios de Deus.
O puritano este é mais ligado a elementos calvinistas que elegem ou não, mas todos são criaturas de Deus, mas o eleito, ou seja, o que tem posses é porque Deus o quis assim, então o trabalho e o acumulo de lucro, é para manter o individuo a onde Deus o colocou, fazendo assim eles acreditam não estarem caindo na usura, mas sim, glorificando aquele que os escolheu.
Agora o protestantismo, por suas pratica colaborou para as nações que o adotaram, lançar-se à frente dos países católicos, que viram sua economia
travar na ética católica. Um exemplo disso é a Inglaterra.
Na obra de arruda (1998), entre os aspectos econômicos políticos e sociais, a dimensão econômica nos parece o ponto de partida para compreendermos os aspectos das demais demissões sociais dentro desse contexto trabalhado. A economia é o centro das transformações e que de certa forma vai influenciar diretamente nas mudanças das outras estruturas.
O período anterior ao período da Revolução Inglesa, dentro do século XVII é, o momento da própria "Crise do Século XVII". Economicamente o país vivia os entraves da economia de subsistência feudal, como já foi dito anteriormente, mas num momento de transição para o capitalismo que por sua vez encontrava entraves nas corporações, e nos monopólios concedidos a uma parcela da burguesia que apoiava o rei. Esses monopólios tornavam o custo de vida caro, principalmente aos pobres. Eram concedidos monopólios para o alume, arrenque, sal, lã, e produtos de primeira necessidade.
Anteriormente aos cercamentos, os servos levavam uma vida mais amena em relação à sua expulsão da terra. Pois tinha uma propriedade que passava para seus filhos, tinha habitação e alimento, e a proteção do senhor.
Porém na Inglaterra o rei sempre tratou com outros senhores como soberano diferente da França onde o rei era suserano. Então para atender os interesses da burguesia o rei apóia os cercamentos e garante o apoio contra as ultimas casas feudais. Assim a criação de ovelhas passou a ser um atrativo para os ingleses, e com a crescente indústria têxtil. Era preferível produzir lã e expulsar os camponeses, que por sua vez vão engrossar as fileiras de trabalhadores assalariados das cidades onde estão se desenvolvendo as indústrias. Thomas Mours, na Utopia, vai dizer que a Inglaterra é um estranho país onde ovelhas devoram homens.
A base da economia vai ser a indústria têxtil, as terras ocupadas com ovelhas, há uma diminuição na produção de alimentos tornando-se mais graves as condições de vida da população.
Outro setor que vai ser prejudicado com essas medidas era a pequena burguesia que não encontrava espaço para se desenvolver, pela conseqüência dos monopólios concedidos à alta burguesia que apoiava o rei. Com os cercamentos o rei acabava perdendo seus súditos, e então houve uma tentativa de controlar o processo de cercamentos, mas pouco mudou, levando o rei a cobrar mais impostos sobrecarregando outros setores contribuindo para minar as bases da monarquia.
Dentro da Inglaterra não se pode falar de uma nobreza homogênea, pois o que estava em jogo são os interesses comerciais. Havia uma nobreza conservadora, que apoiava o rei. Este encontrava apoio na alta burguesia. No Parlamento A Câmara dos Comuns era composta pela pequena burguesia, que encontrava apoio de uma nobreza empreendedora com interesses liberais, é neste seguimento que esta a disposição para uma mudança política e econômica. A economia já esta nas mãos da burguesia, porém a política era absoluta nas mãos do rei que concedia monopólios, cobravam impostos, descontentando parte da pequena nobreza e burguesia. A Coroa por sua vez acabou ficando na dependência de seus colaboradores, pois ela não tinha um acumulo suficiente de divisas e nem um exercito permanente, suas relações com os países católicos, permitiu que paises como a Espanha prosperassem economicamente, a Holanda dominasse o transporte marítimo, isso limitava o crescimento da economia.
Já havendo liberdade econômica, no sentido de que os burgueses, e suas idéias capitalistas encontravam terreno, o importante agora no momento da Revolução de 1640, era buscar mais flexibilidade nas relações políticas, quebrando monopólios e privilégios. Por isso que a Revolução é uma encruzilhada para a ascensão definitiva do capitalismo, era necessário destruir os resquícios feudais que entravavam a economia, e estes estavam nas mãos do rei, não se queria num primeiro momento cortar a cabeça do rei, e nem destituí-lo do trono, mas perante a inflexibilidade real não se teve outra saída.
Pode-se dizer que as vésperas da Revolução, a economia estava entravada no absolutismo político, a burguesia que fez a revolução apoiada pelo povo, tinha interesses próprios, configurando-se após a guerra civil como uma Revolução burguesa, que esfria após seus objetivos políticos e econômicos serem alcançados, e ficando o povo diante de um processo que para ele pouco mudou sua situação econômica, de mão de obra para a industria têxtil e umas agriculturas capitalistas, que seguiram cheias de injustiças. Porém economicamente os dez anos de república colocaram a Inglaterra em posição de potencia no mundo, e seus resultados vão se concretizar com a Revolução Industrial.
Referência:
ARRUDA, José Jobson de Andrade. A Revolução Inglesa. SP: Brasiliense, 1988.
HOBSBAWM, Eric J. . A crise geral da economia européia no século XVII. In: Santiago, Do Feudalismo ao Capitalismo. SP: contexto, 1998.
MICELI, Paulo. As Revoluções Burguesas. São Paulo: Atual, 1994.

Sugestão de Avaliação de História para o 6º ano

  NOME: _________________________________________________ TURMA:______ DATA: ____/_____/_____ PROFESOR: Luciano Braga Ramos AVALIAÇÃO DE HIS...